Foi exatamente isso que Gabriel Pimenta fez no começo de 2024. Largou o trabalho de consultor em sustentabilidade e inovação, e deixou Florianópolis rumo ao oriente.
Natural de Maringá, no interior do Paraná, Gabriel (29) já visitou 34 países, passando por América Latina, Europa, África, Oriente Médio e Ásia. Começou a mochilar com 20 anos na sua primeira expedição pela América Latina cobrindo Bolívia, Peru e Chile. E desde então não parou de explorar o mundo. Agora ele está em uma nova expedição de oito meses pela Ásia e compartilhou conosco valiosos insights sobre como é ser um viajante profissional.
Existe algum outro propósito na sua viagem além de conhecer o mundo?
Antes de iniciar minha viagem, passei por duas grandes mudanças bem significativas na minha vida, então a viagem também vem com o propósito de me reestruturar após esse período e como autoconhecimento. Junto disso, com meu modo de viajar busco sempre me envolver com pessoas, iniciativas locais, e ocasionais trabalhos voluntários, que me permitem me envolver e contribuir com o desenvolvimento local de alguma forma.
Quais países ainda vai visitar nessa expedição pela Ásia?
Nessa expedição ainda pretendo visitar: Tailândia, Vietnã, Laos, Camboja, Filipinas e Indonésia
Qual o orçamento da sua viagem?
O orçamento tem variado muito e estou adaptando com o passar do tempo, mas a expectativa é gastar entre 3 mil reais (quando faço trabalho voluntário por exemplo) a 6 mil reais por mês.
Como está fazendo para se manter durante a viagem?
Eu economizei e juntei dinheiro por um tempo para poder investir nesse primeiro período da viagem. Se os planos continuarem e a decisão for voltar a trabalhar e continuar viajando, a ideia é voltar a trabalhar de maneira remota para me manter na estrada.
Teve alguém ou alguma agência que te ajudou a organizar tudo?
Não, tenho feito tudo de modo autônomo e independente.
Alguma história que vale a pena compartilhar com a gente?
Meu período na África foi particularmente curioso e possui diversas histórias. Em uma delas, eu me aventurei em cruzar a fronteira do Quênia para a Etiópia por terra. Um local instável e que frequentemente apresenta conflitos e disputas.
Ao chegar na fronteira, fiquei um dia retido aguardando a aprovação da minha entrada que, quando aconteceu, não tinha mais como eu sair da cidade de fronteira. Nisso, tentando sacar dinheiro e comprar um chip de celular para poder resolver minha vida, conheci um funcionário de um banco que, mais tarde, ao me encontrar na rua de novo se ofereceu para me auxiliar a encontrar uma hospedagem e ver passagem para o dia seguinte, já que por ali a maioria das pessoas não falam inglês e também tem muita gente mal intencionada.
Percebendo sua real boa intenção, aceitei a companhia e ele me acolheu como um amigo, me auxiliou a resolver os desafios e me convidou para ir jantar na humilde casa dele, com a esposa e a filha.
No dia seguinte, o ônibus não saiu e fiquei indo de entreposto a entreposto com ele ainda me ajudando por telefone a me comunicar com os locais até conseguir chegar na cidade onde estava indo para conhecer as tribos tradicionais etíopes. Foi um dos grandes amigos e anjos que me ajudaram a vencer os obstáculos que a vida viajante apresenta.
Vale a pena conferir a história toda com imagens aqui.
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